Uma organização cristã que defende Israel está pedindo que seus apoiadores enviem Bíblias para a sede da UNESCO. Esta seria uma forma protestar pela decisão recente do órgão das Nações Unidas responsável por promover “educação, ciência e cultura”, que aprovou uma resolução que tenta eliminar a ligação dos judeus com o Monte do Templo.
O documento, assinado na 200ª Sessão Ordinária, realizada em Paris, chama Israel de “força invasora” da Palestina e refere-se ao monte do Templo usando apenas os nomes dado ao local pelos muçulmanos.
Através de seu site, a Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém (ICEJ) convocou todos os cristãos do mundo que apoiam Israel para “inundar a UNESCO com dezenas de milhares de Bíblias”. A campanha pretende “comprovar que judeus e cristãos têm uma conexão muito mais genuína e histórica com Jerusalém e o Templo que os muçulmanos”.
O Monte do Templo passou a ser denominado pela ONU apenas como “al-Haram al-Sharif” [Nobre Santuário], espaço que inclui as mesquitas de al-Aqsa e de Omar, mais conhecida como Domo da Rocha.
Há centenas de passagens bíblicas que relatam que ali foi erguido o primeiro templo pelo rei Salomão. Destruído pelos babilônicos, foi reconstruído pelo rei Herodes. Segundo o Novo Testamento e relatos históricos, foi frequentado por Jesus e pelos primeiro cristãos. Os muçulmanos só foram construir as mesquitas em meados do século VII.
Aula de história
O pedido da ICEJ é que as pessoas: “Peguem uma Bíblia e uma caneta marca-texto. Assinalem algumas das muitas passagens que falam sobre Jerusalém e o Templo em Israel. Depois, enviem para a sede da UNESCO em Paris”. Eles fornecem ainda um modelo de carta, que pode ser mandada junto, explicando a motivação do envio das Escrituras.
A ICEJ classifica a resolução de uma “decisão terrível” e pede que Michael Worbs, presidente do Conselho Executivo da UNESCO, que a organização nunca “volte a tomar uma resolução tão vergonhosa”.
Para os cristãos que não falam inglês, a sugestão é que enviem a Bíblia e a carta em sua própria língua para os representantes do seu país na UNESCO. No caso do Brasil, é a embaixatriz Eliana Zugaib, que permanecerá no posto pelo menos até 2019.
O governo brasileiro, apesar de ter votado pela resolução, afirmou que “está trabalhando para que a aprove decisão mais equilibrada e imparcial sobre a preservação do patrimônio cultural e religioso da Palestina”.
O diretor-executivo da ICEJ, Dr. Jürgen Bühler, explica: “Sabemos que esses diplomatas são pessoas de excelente formação, mas aparentemente alguns deles esqueceram das aulas de história. Estamos enviando-lhes Bíblias para refrescar sua memória”.
Diz ainda que há na ONU alguns antissemitas que “estão deliberadamente tentando apagar os laços de judeus e cristãos com o Monte do Templo em Jerusalém e outros locais sagrados na Terra de Israel”.
Jeremy Moodey, diretor-executivo da Embrace Middle East, considera que o envio de Bíblia é uma “reação exagerada”. Reitera que resolução da UNESCO “afirma explicitamente a importância de Jerusalém para todas as três religiões abraâmicas”.
Também provoca a ICEJ, dizendo “seria melhor aconselhar [os cristãos] a usar seus marcadores de texto para destacar os muitos compromissos bíblicos com a justiça, algo que está em falta tanto em Israel quanto na Palestina”. Com informações de Christian Today